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The Shrouds: um novo dia acima das nuvens

  • Foto do escritor: Daniel Araújo
    Daniel Araújo
  • 2 de mai.
  • 2 min de leitura

Direção: David Cronenberg. Roteiro: David Cronenberg.  Montagem: Christopher Donaldson. Direção de Fotografia: Douglas Koch. Produção: Saïd Ben Saïd. Direção de Arte: Jason Clarke. Som: Jill Purdy. Efeitos Visuais: Guillaume Le Gouez. Música: Howard Shore. Design de Produção: Carol Spier


The Shrouds (2024) agencia boa parte das questões e formas discursivas na linha do que Cronenberg já vinha fazendo desde Crimes do Futuro (2022). Em verdade, é desde Uma História de Violência (2005) que o diretor modula as perspectivas da sua abordagem "mais sóbria" sobre as perversões humanas e todas as falhas presentes no modo como nos relacionados no mundo.


Mais especificamente como notamos nesses dois últimos trabalhos, o corpo passa a ser um condutor de onde tudo parece partir e se findar ao passo de tudo. O maquínico e o orgânico são colocados, agora, talvez não lado a lado, mas como que dentro de uma arena dialetizante. Uma redoma onde a tecnologia assume um ponto de conversão que vai para além do contexto ilustrativo.


Não é como se os celulares, computadores e todo tipo de tela presente na narrativa estivessem em cena para estabelecer uma presença destituída de efeito. Toda vez que um eletrônico se enquadra em cena, há um índice a marcar sua centralidade naquele contexto.


Eles são o indicativo de um futuro que se faz presente sem ter a obrigação de soar futurista. Já está acontecendo e esse é o jogo sugerido por David Cronenberg.


Na diferença com "Crimes...", ele acaba decidindo "abrir mão" das metas mais objetivas da trama em função de uma aparente descartabilidade dos processos e ações que levam os personagens aonde quer que eles cheguem ao final de tudo.


Ficamos com a impressão de que, no fundo, pouco isso importa, mas não em um sentido da narrativa fluídica que se autoabandona a exemplo do que o fluxo fazia/faz. O diretor até parece induzir o curso da trama a uma condução pouco afeita a alguma grande revelação.


A conspiração não pressupõe um mega esquema internacional, etc. Conclui-se de modo até pressumível, mas não simplista. Segue em aberto, como um céu entre nuvens de um fim de tarde a milhares de pés acima do solo. Vai em frente, adiante. Até a próxima estória sobre a morte e a vida.

 
 
 

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