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Daniel Herculano

Pais & Filhas (2015), de Gabriele Muccino


Escritor vencedor do Pullitzer, Jake Davis (Russel Crowe) tem de enfrentar várias dificuldades para criar sua filha Katie, de cinco anos. A convivência amorosa de pai e filha é ameaçada por sérios problemas de saúde dele, da instabilidade emocional de sua escrita, o pouco dinheiro que lhe resta, a perda da esposa em um acidente de carro e a tentativa dos tios Elizabeth (Diane Kruger) e William (Bruce Greenwood) em lhe tomar a guarda de sua pequena

O drama familiar é recortado em dois períodos separados por 20 anos. E essa costura é justificada, pois as emoções de um período são bem refletidas no seguinte. Para complementar o tom dramático, Katie, já adulta (Amanda Seyfried), cuida de crianças com problemas psicológicos, de uma forma em que ainda tenta entender sua complicada infância e ações desmedidas.

Na linha de frente, Russel Crowe (com seus tremeliques) e Amanda Seyfried (com sua sede noturna). Cada um leva suas sequências ao campo seguro do afeto X dor, muito bem acompanhados de Aaron Paul ("Uma Longa Queda", 2014) e Jane Fonda ("A Juventude", 2015).

No elenco de apoio, o casal de tios, Diane Kruger ("Troia", 2004) e Bruce Greenwood ("Star Trek", 2009), ficam na média, enquanto Quvenzhané Wallis (indicada ao Oscar por "Indomável Sonhadora", 2012) é pura dor silenciosa. Já a vencedora do Oscar, Octavia Spencer (coadjuvante por "Histórias Cruzadas", 2011) continua sem saber atuar.

O diretor Gabriele Muccino já demonstrou sua alta capacidade de emocionar com temas dolorosos, vide os lacrimosos "À Procura da Felicidade" (2006) e "Sete Vidas" (2008). E aqui não desponta ao entregar mais uma obra com sentimentos que valem as suas lágrimas. Sejam elas comedidas ou aos soluços.

Publicado pelo autor no Clube Cinema.

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